Polícia investiga stalker em Araraquara, mas suspeito segue com ameaças
contato@araraquaraagora.com (-)
Polícia investiga stalker em Araraquara, mas suspeito segue com ameaças
contato@araraquaraagora.com (-)

%BANNER%

ENTRE EM NOSSO GRUPO DE WHATZAP

A sensação de medo e desamparo cresce em Araraquara diante do caso do stalker que há meses aterroriza a vida de, pelo menos, cinco mulheres na cidade. Apesar das denúncias, das provas apresentadas e de medidas protetivas já expedidas pela Justiça, o suspeito segue em liberdade, enquanto as vítimas vivem acuadas, presas num cotidiano de terror psicológico.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) enviou nota para o Portal Araraquara Agora confirmando que a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara investiga os fatos por meio de um inquérito policial, que inclui a coleta de depoimentos e aguarda laudos periciais em andamento.

Leia Também Mulher foge de cárcere, denuncia estupro e é resgatada pela GCM em Araraquara Coca-Cola Andina contrata em Araraquara: vagas para conferente, repositor, assistente e mais Motociclista perde controle, colide com placa e morre em rodovia de Araraquara

Entretanto, nenhuma prisão foi decretada até agora, mesmo após o homem descumprir as medidas protetivas pelo menos três vezes entre março e junho de 2025.

Para as mulheres perseguidas, a sensação é de estar completamente desprotegidas, enquanto o autor continua livre para agir. Uma das vítimas, que tem uma filha de 7 anos, relatou que, mesmo após registrar diversos boletins de ocorrência e entregar o próprio celular à perícia, a única medida efetiva foi a internação do acusado por menos de dois meses em uma clínica. Desde então, ele voltou a persegui-la, usando chips falsos, perfis nas redes sociais e ligações durante a madrugada para tentar contato.

“Não quero vingança. Quero paz. Quero proteção. Quero viver. Quero proteger minha filha”, desabafa a mulher, que prefere não ser identificada por segurança.

Abuso psicológico e sexual explícito

Além do medo constante, o grupo convive com o terror de receber mensagens e vídeos com teor sexual explícito, alguns envolvendo até crianças. Uma das vítimas, denuncia que o stalker envia conteúdos obscenos envolvendo a sua filha criança.

Outra vítima relata episódios ainda mais chocantes: ela conta ter recebido vídeos em que o acusado aparece se masturbando enquanto exibe imagens de uma outra vítima. E o mais revoltante, segundo ela, foi o tratamento humilhante ao procurar ajuda na Delegacia da Mulher.  “As policiais disseram: ‘a gente já tá cansada de ver a pir*inha dele’. Deu a entender que isso acontece há muito tempo com outras vítimas também”, relatou a jovem, que saiu da delegacia ainda mais abalada.

“Disseram que ele não é perigoso e fizeram piadas. Me senti extremamente humilhada. Quando cheguei em casa, fui pesquisar e descobri que ele já tinha até habeas corpus por tentativa de homicídio por motivo fútil. E se ele estiver solto na rua e eu cruzar com ele?”

SSP evita respostas diretas

O Portal Araraquara Agora questionou a SSP se existe algum tipo de apuração interna ou procedimento disciplinar em curso diante do relato de servidoras que teriam feito piadas e tratado o caso com descaso na DDM.

Também foi questionado qual seria o protocolo adotado pela polícia em situações nas quais o agressor demonstra possível transtorno mental, mas segue representando risco às vítimas, e se existe previsão de internação compulsória ou outra medida restritiva mais rígida.

Em resposta, a SSP não forneceu detalhes objetivos, limitando-se a declarar que “demais detalhes são preservados em razão do segredo de Justiça decretado nos autos.”

Na nota oficial, a secretaria afirma:

“A Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara investiga todos os fatos por meio de um inquérito policial. A unidade está coletando depoimentos e aguarda o resultado dos laudos periciais, que estão em elaboração para auxiliar nas apurações. As medidas protetivas requisitadas pelas vítimas foram encaminhadas ao Poder Judiciário, responsável pela análise e eventual concessão. As vítimas estão sendo oficialmente informadas sobre o andamento das investigações e a Polícia Civil permanece à disposição. Demais detalhes são preservados em razão do segredo de Justiça decretado nos autos.”

Enquanto o caso segue em investigação, o medo continua sendo rotina na vida das mulheres envolvidas, que vivem sem saber quando — ou se — o perseguidor será finalmente detido. Para elas, a inércia das autoridades soa como um convite para que tragédias maiores aconteçam.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!