
Pacientes à procura de consultas médicas formaram uma longa fila, no início da manhã desta segunda-feira (14), no Núcleo de Gestão Ambulatorial (NGA-3), no Centro de Araraquara. Eles chegaram a esperar por 50 minutos até serem atendidos.
O NGA-3 fica no cruzamento da Rua Padre Duarte (R.4) com a Avenida José Bonifácio. Devido à quantidade de gente, a fila dobrou o quarteirão e se aproximou da Igreja Santa Cruz.
Segundo uma funcionária, hoje, foi aberta a agenda para marcação de consultas com especialistas. Como os atendimentos foram reduzidos por conta da pandemia, muitos pacientes acordam cedo e formam fila na tentativa de conseguir um horário.
O analista de software, Ederaldo de Oliveira Constantino, de 33 anos, enfrentou a fila para conseguir marcar uma consulta para a esposa dele, que é diabética. Ele acredita que o procedimento poderia ser outro.
"Imagino que as pessoas que tem comorbidades, como a minha esposa que tem diabetes, poderiam ter o retorno agendado ao final da consulta. Não faz sentido você encarar uma fila para marcar. Isso iria reduzir as filas e as reclamações. Se a pessoa precisa passar no médico a cada seis meses, não é bem mais simples agendar a consulta ao final do atendimento? Fiquei na fila mais de uma hora e não tem como respeitar o distanciamento, pois a fila já estava lá embaixo", explica.
A cuidadora de idosos, Luciana Ferreira, 50, precisou entrar na fila para marcar uma consulta para a mãe. Segundo ela, poderiam ter outras formas de agendamento, que evitassem filas e a exposição de idosos e pessoas que estão em grupos de risco da covid-19.
"É preciso ver uma outra forma de agendamento, pois a data da consulta não é demorada, mas a fila poderia ser melhorada. Poderia ter um aplicativo ou um telefone para agendar, evitando que os idosos ficarem em pé por muito tempo e evitando a essa aglomeração. Isso pode ser evitado e não custa nada", afirma.
De acordo com a funcionária do NGA-3 ouvida pela reportagem, qualquer pessoa pode fazer o agendamento, desde que tenha em mãos o cartão de consulta ou o resultado de exames. Desta forma, não há necessidade de idosos ou pessoas com comorbidades procurarem a unidade.
Ainda segundo ela, todos os cuidados são tomados do lado de dentro, porém, as pessoas ainda não se conscientizaram sobre distanciamento e uso obrigatório de máscara e, por isso, a situação é outra do lado de fora.
A aposentada Sileide Scarpini, 60, enfrentou a fila por 50 minutos. Ela conta que o maior problema não foi o tempo de espera, mas a aglomeração do lado de fora, inclusive de idosos e crianças.
"Está um coladinho do outro e fica muito difícil. Depois sai uns dez infectados aqui e ai? Como fica? Quem vai arcar com isso? Deveria ter uma outra forma de agendamento, em especial com os idosos. Todo mundo que está aqui na fila tem algum problema e não deveriam estar aqui", finaliza.