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O Tribunal do Júri condenou nesta sexta-feira (14), William Antônio Teixeira a mais de 25 anos de reclusão pelo assassinato da ex-namorada Geny Pereira de Azevedo de 41, em fevereiro do ano passado no pequeno distrito de São Lourenço do Turvo, em Matão.
Além do feminicídio qualificado por motivo fútil com recurso que impossibilitou a defesa da vítima o autor também foi condenado a sete meses de detenção pelo descumprimento de medidas protetivas. As penas serão cumpridas em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade.
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RELEMBRE O CRIME
Geny foi encontrada morta dentro de sua residência, com três golpes de faca no peito e no pescoço. Segundo a investigação William não aceitava o fim do relacionamento, violou medidas protetivas que proibiam sua aproximação e entrou na casa da vítima na madrugada do crime.
A investigação apontou que o homem já havia praticado diversos episódios de violência doméstica contra Geny e que mesmo após a separação, continuava a ameaçando de morte.
O caso ganhou grande repercussão no distrito que tem pouco mais de 2 mil habitantes e causou forte indignação entre moradores e familiares da vítima.
INVESTIGAÇÃO
Na época do crime, a investigação ficou sob a responsabilidade da DDM de Matão que era comandada pelo delegado Alexandre Santos Lima que hoje atua no SIG (Setor de Investigações Gerais) da CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Araraquara.
Segundo o delegado o trabalho investigativo foi complexo devido à falta de provas diretas, como testemunhas oculares ou imagens de câmeras de segurança.
“Foi uma investigação difícil, porque não tínhamos nenhuma prova, nenhum indício de como ele tinha entrado na residência da Geny na época, em fevereiro do ano passado. Após reconstruir todo o percurso e com testemunhos informando que ele já tinha praticado muita violência doméstica contra a falecida, conseguimos colocá-lo na cena do crime, reconstruindo seus passos e identificando onde ele se abrigou e se escondeu”, explicou o delegado.
A prisão temporária de William foi decretada logo após o crime, mas ele ficou foragido por cerca de um mês, foi encontrado e preso com apoio da Polícia Militar na área rural do distrito de São Lourenço do Turvo.
“Logo nos primeiros dias, nós pedimos a prisão temporária dele, mas demorou cerca de um mês para cumprir essa prisão, com a ajuda da Polícia Militar, na pessoa do Tenente Ferraz e sua equipe. Quando ele foi apresentado na delegacia, ele negava os fatos, pois não havia uma prova direta dele saindo da casa ou entrando no dia do crime. Não havia câmera, nem testemunha”, relembrou.
O homem não demonstrou arrependimento durante o depoimento, de acordo com o delegado.
“Ele parecia uma pessoa fria, meticulosa, até porque já respondia por tráfico em Itaquaritinga. Comunicamos à Justiça que ele estava sendo preso também para responder a esse tráfico. Ele premeditou o crime e maltratou a vítima, tanto que a pena de feminicídio foi alta devido à forma cruel como foi praticado, sem dar chance de defesa à vítima”, afirmou.
A condenação foi recebida com alívio pela equipe que investigou o caso.
“Foi bem satisfatório porque, como eu disse, foi um caso difícil em razão de não ter testemunha ocular, não ter câmeras, nada que demonstrasse que ele tivesse entrado no local ou saído. Foi necessário reconstruir todos os fatos, todos os locais onde ele se escondeu, e conseguimos provar que ele praticou o feminicídio”, concluiu o delegado.
DEFESA NÃO ENCONTRADA
A defesa de William foi procurada para comentar a decisão judicial, mas até o momento não se manifestou e o espaço segue aberto para futuras declarações.