
A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB) por abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo. A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da primeira Zona Eleitoral da capital, torna Marçal inelegível por um período de oito anos. Ainda cabe recurso.
As ações que resultaram na decisão foram movidas pelas coligações do PSOL, comandada pelo então candidato Guilherme Boulos, e do PSB, de Tabata Amaral. Ambos alegaram que Marçal utilizou indevidamente meios de comunicação e cometeu captura ilícita de recursos durante sua campanha.
Uso indevido de meios de comunicação
Durante a campanha, Marçal foi acusado de divulgar informações falsas sobre seus adversários. Em um episódio notório, ele divulgou um laudo médico falsificado que alegou que Guilherme Boulos havia sofrido um surto psicótico devido ao uso de cocaína. A Justiça Eleitoral determinou a suspensão de sua conta no Instagram por 48 horas como resposta a essa ação.
Captação ilícita de recursos
Além das acusações relacionadas ao uso indevido de meios de comunicação, Marçal respondeu denúncias de irregularidades financeiras. Relatórios indicaram que ele omitiu R$ 22 milhões em sua declaração de patrimônio submetida ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa discrepância levantou suspeitas sobre a origem dos recursos utilizados em sua campanha.
Histórico de Controvérsias
A trajetória de Marçal na política tem sido marcada por diversas controvérsias. Em debates eleitorais, ele adotou uma postura agressiva, envolvendo-se em confrontos acalorados com outros candidatos. Em um debate transmitido pela TV Cultura, chegou a ser agredido fisicamente pelo candidato José Luiz Datena após uma troca de acusações.
Além disso, Marçal possui antecedentes criminais que foram expostos a exaustão por seus oponentes. Em 2010, ele teria sido condenado por envolvimento em uma quadrilha que desviava dinheiro de contas bancárias de idosos. Embora a pena tenha sido prescrita antes do trânsito em julgado, o episódio contribuiu para manchar sua reputação na disputa.
Repercussão e próximos passos
Até ao momento, Marçal não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da Justiça Eleitoral. Seus advogados indicaram que pretendiam recorrer da sentença, buscando reverter a inelegibilidade imposta.
Especialistas em direito eleitoral apontam que casos de abuso de poder político e econômico são tratados com rigor pela Justiça, visando garantir a lisura dos processos eleitorais.