
Quando se soma 125 anos de história olímpica na Era Moderna com séculos de tradição que remonta até a mitologia grega... o resultado não poderia ser diferente: uma riqueza quase que inesgotável de memória e história; superação e decepção; vitórias e derrotas; sorrisos e lagrimas e também de muita curiosidade.
Quem não curte aquela informação de bastidores que quase ninguém comenta por ai?
Para te abastecer com conhecimento olímpico, o ONRUN preparou uma série de publicações com diversas curiosidades que norteiam a história e a memória dos Jogos Olímpicos.
Curiosidades olímpicas 01: os Jogos dos "nudes"
Nos primeiros Jogos Olímpicos disputados na Grécia Antiga lá no século VIII A.C os atletas não contavam com um vasto aparato técnico, financeiro ou tecnológico para competirem.
Assim como os da Era Moderna, na antiguidade, o Jogos também eram disputados numa periodicidade de quatro em quatro anos.
Dá pra imaginar? Uma disputa olímpica em que os competidores não possuíam equipamentos de proteção, patrocínio e nem roupas? Pois é, a disputa era com os atletas pelados, sem vestimenta nenhuma!
As competições repletas de "nudes" continuaram até o século IV depois de Cristo, quando o Imperador Teodósio I proibiu todas as festas pagãs da época. Inclusive os Jogos Olímpicos. Será que a treta foi algo relacionado aos "nudes?
Só o imperador mesmo pra responder...A disputa dos Jogos voltaria apenas séculos depois em 1896, na mesma Grécia, quando o francês Barão de Coubertin, inspirado na antiguidade, funda os Jogos Olímpicos da Era Moderna.
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Curiosidades olímpicas 02: na Grécia Antiga mulheres eram proibidas de participar dos Jogos Olímpicos
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o texto do juramento dos atletas
foi alterado para que valores humanos como a igualdade, a solidariedade, a inclusão social e o combate à discriminação sejam ressaltados durante a competição.
Entretanto, no contexto social que se vive hoje, não é exagero apontar que as primeiras edições dos Jogos lá na antiguidade podem ser consideradas preconceituosas, machistas e xenófobas.
É que a participação nas arenas era restrita apenas aos homens livres que eram nascidos nas cidades-estado gregas. Não existia a atual união entre os povos. Sendo assim, escravos, estrangeiros e as mulheres eram proibidos de competir.
As mulheres não podiam assistir às competições nem na plateia. Mas teve uma mãe que burlou o sistema que tinha a benção dos Deuses.
No ano 404 antes da Era Cristã, Kallipatira entrou na área de disputa dos Jogos disfarçada com vestes de treinador. Seu filho, Psirodos era atleta de pugilato, uma modalidade de luta com soco. Era o boxe da antiguidade com regras bemmmmmm diferentes. Tanto que o vencedor poderia levar o derrotado a morte. A treta era pesada!
Mãe coruja, Kallipatira não se conteve ao assistir a vitória do filho na luta final. Ela invadiu a arena lotada e, ao correr, deixou cair seu disfarce. O público presente percebeu que não se tarava de um treinador, mas de uma mulher.
Mesmo com a quebra nas regras, os organizadores polparam Kallipatira por ser mãe e irmã de heróis Olímpicos. Quanta benção dos Deuses!
Neste ponto as histórias se convergem. Lembra dos atletas peladões? Pois é, a atitude da mãe coruja teria motivado a organização dos Jogos a adotarem as vestes de Adão e Eva nas competições posteriores. Nascia então o "nudes" olímpico.
Vale lembrar que os atletas que disputaram as primeiras edições dos Jogos na Grécia Antiga pertenciam às classes sociais mais favorecidas e vinham de toda a Grécia, inclusive das colônias gregas espalhadas pelas costas do Mediterrâneo e do Mar Negro.
Àqueles que conquistavam vitórias eram merecedores de homenagens e mimos quando regressavam aos seus lugares de origem. Ganhavam de comida à monumentos, passando por terras e poesias cantadas.
E as mulheres? Infelizmente foram autorizadas a competir nas Olimpíadas apenas na segunda edição dos Jogos da Era Moderna em Paris, na França, no ano de 1900.
Curiosidades olímpicas 03:
nos primeiros Jogos competiram atletas que você conheceu nas aulas de filosofia. Dá pra imaginar? Sentados em uma mesa na Vila Olímpica para um jantar: de um lado os filósofos Aristóteles, Sócrates e Platão. Do outro, Hipócrates, o pai da medicina, o historiador Heródoto e o rei da Macedônia, Alexandre I?
Por essa você não esperava! Entre a galera famosa que competiu nos jogos da Grécia Antiga figuras gregas emblemáticas que ainda têm seus trabalhos e histórias consumidas na pós-modernidade.
Platão dizia que uma vida não questionada, não merecia ser vivida. E se um dia questionaram a capacidade esportiva platônica... deram com os burros gregos na água.
Relatos históricos apontam que Platão foi bicampeão Olímpico no pancrácio, modalidade disputada na antiguidade que misturava luta e pugilato. Platão: filosofia, porrada e ouro.